A febre amarela e a necessidade de vacinação em nossa região
“Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a Igreja, pois somos membros do seu corpo.” Carta aos Efésios 5, 29-30
Celeremente, se espalhou o tema Febre Amarela, sendo muito visto e ouvido, tanto na mídia escrita e televisiva, quanto nas redes sociais e, assim, seguiu-se nas conversas dos grupos de rápida interação, citando como exemplo o Whatsapp.
A menção das palavras de São Paulo na Carta aos Efésios continuam atualíssimas e nos conclamam: ninguém jamais odeia o seu corpo, mas o alimenta e cuida dele.
Portanto, é preciso que alimentemo-nos de alimentos saudáveis, dos alimentos que fazem bem para nosso corpo. Cuidemos de nossa saúde, não somente quando a doença aparece, mas usemos das muitas formas de prevenção que a ciência nos indica. Sem radicalismos, mas de forma natural, moderada, consciente. Tenhamos, ainda, uma mente sã e equilibrada.
Neste contexto, a equipe do blog não poderia ficar indiferente e ora visando auxiliar, traz abaixo um pouco mais de informação para ser disseminada, principalmente à região em que se encontra a diocese de Araçatuba.

Neste sentido, temos que de longa data, esta região considerada área de recomendação permanente de prevenção à febre amarela, porque vivemos numa área endêmica, ou seja, existe a possibilidade contínua de adquirir febre amarela.
Portanto, temos a necessidade de nos prevenir contra a doença. E a prevenção se dá tomando a vacina (caso nunca a tenha tomado antes). A vacina é a única forma de evitar a febre amarela.
Para aprofundar um pouco mais, segue transcrição extraída do site da Fundação Osvaldo Cruz: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao
A febre amarela ocorre nas Américas do Sul e Central, além de em alguns países da África e é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.
No endereço eletrônico http://www.saude.sp.gov.br/, site do órgão oficial, no link Febre Amarela – campanha de vacinação e outras informações, podemos obter mais informações sobre a doença.
Aproveite e veja, também, o link Conheça a recomendação do Ministério da Saúde para quem for viajar dentro do Estado de São Paulo, onde encontramos:
No estado de São Paulo, o Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” recomenda vacinação contra Febre Amarela, com pelo menos dez dias de antecedência, prioritariamente para indivíduos a partir de 9 meses de idade, residentes ou que se dirijam especialmente para áreas ribeirinhas e de mata dos municípios da região de Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Araçatuba, Jales, São José do Rio Preto, Barretos, Franca, Ribeirão Preto, Araraquara, Bauru, Marília, Assis, Botucatu, Itapeva, São João da Boa Vista e parte da região de Sorocaba.
Agora, vamos entender um pouco mais:
Quem da nossa região nunca foi vacinado para se prevenir contra a febre amarela precisa ser vacinado, não somente por causa do surto epidemiológico da doença que está ocorrendo em Mairiporã Próximo da capital), mas porque moramos numa região endêmica, onde a recomendação é feita pelo Ministério da Saúde.
Se alguém já adquiriu a febre amarela não precisa da vacina.
O site da Secretaria Estadual de Saúde traz as informações que precisamos saber sobre a febre amarela:
- a campanha de vacinação,
- os municípios alvo da campanha,
- quem vai tomar a vacina fracionada ou a dose total,
- quem pode tomar a vacina
- outras informações mais.
Para nós, araçatubenses e moradores das cidades da região, se nunca fomos vacinados, ela torna-se uma obrigação para não contrairmos a doença. É imprescindível cuidarmos da nossa saúde.
E mais, como moradores da cidade – na área urbana – nos compete, também, o dever de evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor das doenças dengue, chikungunya, zikavírus e da febre amarela urbana, ressaltando que esta não existindo no Brasil – felizmente – desde o ano de 1942.
Quiçá nunca mais aconteça a febre amarela urbana no Brasil e que a febre amarela silvestre seja contida e sua disseminação cerceada pelos agentes de saúde e pela vacinação das pessoas ainda não imunizadas pela vacina.
Com tantas informações científicas colocadas à nossa disposição e com os meios de comunicação – jornais, revistas, televisão, internet – que tratam o assunto com seriedade, não há que se dar atenção a diversas comunicações das mídias digitais, na maioria das vezes de cunho humorístico-anedotista ou alarmista que, ao invés de formar e informar, apenas fazendo o contrário.
Muitas são informações totalmente desprovidas de fundamentos científicos ou não correntes na medicina que cuida da saúde pública, onde o especialista é o médico sanitarista.
O médico sanitarista – cujo dia é comemorado em 02 de janeiro – é o profissional que trabalha analisando a saúde pública, apontando os problemas de uma comunidade, propondo melhorias e analisando os meios disponíveis para resolvê-los. O médico sanitarista também tem sido muito importante durante as construções públicas, pois ele tem o entendimento de compreender as consequências que essas obras podem causar em uma determinada comunidade. Com o passar do tempo, o trabalho desse profissional mudou bastante e hoje está inserida na área de saúde coletiva (cf. http://www.tratabrasil.org.br/o-medico-sanitarista-e-a-saude-publica).

Um cientista pioneiro no Brasil foi o doutor Oswaldo Cruz. Médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro, tão importante para o povo brasileiro, dedicou sua vida ao estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Respeitado internacionalmente, em forma de homenagem seu nome é conferido a diversas instituições científicas e a um município de nosso estado.
Reconhecer o trabalho e esforço dos cientistas que muitas vezes sacrificam suas vidas para o avanço constante da ciência e da saúde pública, exige de cada um de nós a adoção de medidas de prevenção das doenças presentes, com frequência ou não, em nosso país. Medidas simples, como a vacinação para não contrair a febre amarela.
Destaca-se que é relevante nossa atenção às fontes seguras de informação sobre a febre amarela, nesse tempo em que a doença tem se manifestado em muitos pontos desse imenso Brasil e no estado de São Paulo. A mídia tem se prestado bem a nos trazer informações seguras e com fundamento nas instituições de saúde existentes no país, no estado e em nossa cidade.
É comum acharmos que certas coisas acontecem somente aos outros, nunca a nós mesmos. Cada um deve cuidar do seu ambiente, da sua casa, do seu quintal. Às vezes ouvimos pessoas que dizem “eu faço tudo isso, faço tudo certo, mas os outros não fazem a parte deles”.
Além do cuidado com a limpeza dos espaços físicos, é primordial a conscientização para uma cultura de prevenção, de medidas, posturas e cuidados abrangentes que envolvem não a uns e a outros, mas a todos.
Fazer a nossa parte implica em um trabalho constante de conscientização que envolva toda a população no combate aos criadouros do mosquito aedes aegypti e às medidas de prevenção das doenças presentes ou que possam se tornar presentes na comunidade.
Joaquim Benício Peruzzo
58º Cursilho para Homens da diocese de Lins – abril/1988